26 dezembro 2002

Escrevo isto sob a opressão de um tédio que parece não caber em mim, ou precisar de mais que minha alma para ter onde estar. De uma opressão de todos e de tudo, que me estrangula e desvaira; de um sentimento físico da incompreensão alheia que me pertuba e esmaga.
Mas ergo a cabeça para o céu azul alheio, exponho a face ao vento inconscientemente fresco, baixo as pálpebras depois de ter visto, esqueço a face depois de ter sentido.
Não fico melhor, mas fico diferente...

DO LIVRO DO DESASSOSSEGO, FERNANDO PESSOA

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