30 agosto 2005

Escola Iriar – Relatório Individual – Jardim II – Tarde



**Comunicação

Manu é uma criança que se comunica com muita segurança, sabendo utilizar as palavras e os gestos, introduzindo palavras que aprendeu recentemente. Quando não é compreendia repete com a mesma vontade a sua idéia, sabe que é importante ser compreendida. Manu coloca-se com coerência em seu espaço, exigindo e ao mesmo tempo respeitando o espaço das outras crianças. Tem boa disponibilidade perante as propostas do grupo.


**Social

Manu exerce o papel de líder, principalmente nas situações de diálogos e discussões de idéias. Coopera nas decisões em grupo e quando não quer simplesmente diz que não está a fim. Raramente atrapalhou o andamento de alguma atividade e quando isso aconteceu, a partir do momento que lhe foi colocado limite e sua explicação, ela compreendeu e aceitou sem constrangimento.
Tem participação ativa no grupo e curte o processo dos eventos. Sempre lançando idéias e recheando as brincadeiras de atividades.


**Cognitivo

A concentração que Manu dedica a seus trabalhinhos é algo marcante em sua personalidade. Com muita calma e trabalhando suas composições, Manu consegue resolver suas atividades com muitos detalhes e com um ótimo aproveitamento, chega a resultados impressionantes. Muitas vezes inova e experimenta. Sem medo.


**Psicomotor

Manu tem uma ótima relação com seu corpo em todos os sentidos, desde seu movimento em espaços maiores até a coordenação motora em situações sutis, que exigem calma e concentração.


**Emocional

Manu trabalha com segurança a perda, nunca a vi frustrada por perder uma brincadeia ou jogo. Em muitas situações ela extrapolou os limites e as regras que são necessárias na rotina do grupo, mas sempre compreendeu quando lhe foi explicado. É uma criança independente, a ponto de se ofender quando alguém quer ajudá-la e não tem necessidade.
Persiste na vitória e em seus objetivos, demonstrando muito humor e alegia pela vida. Uma cabecinha esperta, que tenho certeza, irá explorar cada vez mais suas potencialidades.
Acredito que o tempo que passamos juntos foi marcante para ela e para mim.

Ricardo
1985

26 agosto 2005

** li na tpm

"só o amor não resolve, mas quando ele existe, facilita muito."

22 agosto 2005

Esses dias tive uma daquelas noites nostálgicas. Dessas que você resgata e verbaliza toda sua adolescência e mais que isso, a revive. Senti os cheiros, as sensações, as dúvidas, os sentidos; revivi sentimentos. Senti coisas que não tinha sentido. Senti um pouco de culpa. Arrependimento não, não consegui.
Não sei se senti saudade. Saudade das pessoas sim, do tempo não. Ele foi muito bom, mas como tudo, passou. Foi necessário para aqui eu estar e confesso amar onde estou.
É que só hoje eu percebi que eu era louca. Não louquinha, louca mesmo. Ingênua como toda criança, I N T E N S A como sempre serei, segura como ninguém e arisca como já não sou.
Hoje em dia sou normal, cheia de peculiaridades só minhas, mas normal. E me fascino pela maturidade. Sempre. Hoje não tenho medo do tempo, das rugas, e do futuro que nunca é agora. Não sei quando nem até, mas sinto agora um tremendo bem-estar.
O que levamos daqui senão essa bagagem das coisas só nossas? Que mesmo quando compartilhadas entre gargalhadas e arrepios, continuam sendo só nossas e de ninguém mais.
Tenho vontade de rir. Abrir as cartas e continuar essa busca do que passou. Resgatar no mundo aquele que me ensinou. Deixar para trás aquilo que não acrescentou.
Hoje sou Mulher. O tempo não errou.
Naveguemos.


Eu sei navegar para dentro. Dentro do mundo que reside dentro de mim.
Dudu Lima

Miss u so bad...

17 agosto 2005

O sonho não acabou

Há três meses posso dizer que estou sem lar. Perdida, abandonada, sem o “coração de mamãe”. Sem meu emprego querido, minhas bandas prediletas, minha Original que vinha quase andando sozinha, caipirinha de saquê com adoçante, black label sem muito gelo. Sem música ao vivo, simplesmente porque não dá, precisei dar um tempo.

Não podia mais fitar o outro lado do bar e ver o Leão, rei da selva, vibrando igualzinho como no começo, discotecando só para raros. Já não abraçava meus colegas da mesma forma. Já não trocava sorrisos cúmplices, que por si só, diziam tudo sobre estar lá.

Lembro das muitas sextas - feiras que chegava de carona na Faap, sempre sem dormir, logo depois da saidera e da última partida de truco. Do G Wood e seu violão mágico, de A Wood e Led Zeppelin. Tum tum tum.

Tinha o Jimi, a Janis, Smiths, Guns, Elvis, Beatles, Cazuza e até a Sheryl Crow. O gato preto, o exorcista, eat flowers e transporting. JUST WONDER WHO THE FUCK YOU ARE ON A SUNDAY MORNIG. Num domingo de manhã eu era feliz. Mais feliz do que consigo ser agora.

Começou a dar saudade das ligações-fora-de-hora, da desorganização, das ressacas, das surpresas sempre bem vindas. Da música alta e às vezes artodoante. Do empurra-empurra, do maldito (sorry, não tem outro adjetivo) cheiro de cigarro com batata frita, do sanduíche - gordo - do Beto.

As fotos e lembranças da minha festa de aniversário já se tornando clássicas de um tempo que não volta mais. Ou não. Seria tudo isso necessário? Tenho certeza que sim.

Uma quase impaciência de ter que responder: “Manu, e o Básico?”. Como aperta. E como dói. Uma dor tão forte que impossível de ser descrita num blog, e até para mim mesma. Só eu sei.

Hoje é o dia: aniversário do Romeu.
O que fazer ou dizer para agradar quem hipocritamente tenta comemorar a falta de alegria?

Meu último e alegre aniversário serviu para lembrar arrepiada a falta que tudo isso faz. O aniversário dele serviu para firmar que tudo estará de volta. Em 3 semanas!

Tudo novo, mas tudo igual: o Jimi, a Janis e o Cazuza. O Leão, o gato preto e o exorcista. Para exorcizar para sempre a falta de sorte e de responsabilidade. Exorcizar o pessimismo, a descrença e a desunião.

O Básico para mim é muito mais que tudo isso. Não consigo, não dá pra explicar.
Só sei que vou amanhecer pulando. De salto alto e pé inchado, mas pulando alto. Feliz.

Dias contados para a minha falta de alegria, que tinha nome e eu já nem sabia.
Um pouco mais de mim mesma.
Um pouco mais de nós.

Cheers darling, cheers.

16 agosto 2005



A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!


MÁRIO QUINTANA

12 agosto 2005

*

Quando alguém lhe mostrar quem realmente é, acredite.

07 agosto 2005

"Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer"



Lembrei daquela última: da camisa listrada, calça social, cheirozíssimo, porte de homem. Um pouco assustado, confesso. Eu, febril há dias, mesmo assim fui. Olheiras do abatimento, do pré-sentimento. Febril também de saudade. Era para ser a última; eu não deixei.

Depois teve o parabéns-mais-lindo-do-mundo, o timbre tremido, o dia começando iluminado, a noite terminando calada. Poderia ser o último; eu não quis.

No mês seguinte o convite, amigos em volta, festa e tal. Tive medo de olhar. O abraço forte, a vela apagada, cama fria, sonho ruim. Deveria ser o último; não agüentei.

Daí uma seqüência de noites inventadas, fogos de artifício, palavras sussurradas, músicas cantadas, número dois. Eu queria que fosse a última; não foi.

Allegria pura, o toque da surpresa, sorriso pálido, palavras de amor. Gotículas de chuva, hipocrisia, lágrimas de coração. Medo, atração, aceitação. Pedi para que fosse a última; mas não é.

A gente sabe. É um saber com medo, e um não querer saber. É não poder querer fugir. É fingir. É música, é sonho, é tombo e tempestade. É quando se dá e não se tira. É aquilo que se tem. Não é a última, não é a primeira. É apenas o começo. É o que sei. Eu e você.

04 agosto 2005

Tempo, tempo, tempo


É quando a gente foge para nossa própria casa tentando acreditar que este é o lugar mais seguro do mundo. Encher a geladeira de mais dinheiro gasto, não sentir fome.
Sentar em frente do computador não-conectado e ligar Adriana: “Meu amor, cadê você, eu acordei, não tem ninguém ao lado”.
Espero a visita da amiga. Anseio sei lá o quê.
A TV desligada-pra-sempre, convites supérfluos, dor no pé, inchaço. Com tudo isso, um pouco de bem estar. De simplesmente estar, se é que você me entende.
Evento falido $ ou nem tanto. Trabalho, trabalho, trabalho. Uma quase falta de concentração.
Aquela coisa instintiva gritando dentro do meu corpo desde domingo, virando a cabeça. Louco, nunca tinha sentido isso. E não sei como matar.
Minha irmãzinha sofre. E eu sofro com ela. Sofro por ela.
Simbiose? Como me excluir disso? Como não sentir um contágio profundo a tudo aquilo que é alheio e realmente me importa?
Injustiça, ambição, pouco caso, indiferença, molecagem, impotência. Ai ai ai...
Show do Teatro Mágico em vista como a melhor opção para um fim de tarde. Circo à noite. A gente finge que tudo é normal.
Enquanto Mamis me espera no skype, eu aqui, atendendo telefonemas sem graça, ouvindo música, tentando transmitir mil pensamentos preguiçosos por um cordão umbilical. Palavras escorrem no teclado. Nem sei.
A amiga que compreende. Isso sim, como simbiose. É que quando a gente se abraça, ou simplesmente dá as mãos, ou deita a cabeça no travesseiro, os corações batem. Lógico, eles já estavam batendo, mas a gente ouve, e ouve alto. Até quando dá aflição e tenta não ouvir. Que coisa louca.
Músicos cariocas pela madrugada, depois de um bom show no Bourbon. Vontade de morar no Rio. De novo?
Los Hermanos volume 4, Damien Rice com Cheers Darling no repeat: “What am I darling? A whisper in your ear, a peace of your wedding cake?” Nãããão Manoela, isso é radio pirata!
Aniversários, despedidas, encontros e desencontros. Terapia adiada. Aqui estou. E nada que eu possa dizer tem valor. Essas coisas que só cabe ao tempo. Tempo, tempo, tempo. Tem Maria Bethânia semana que vem.
Tô com frio.
Zzzzz.