Nelson Rodrigues
Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem fatos, a minha história sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho a dizer.
30 julho 2007
“Quem ama, pensa que vai ser felicíssimo; e estranha qualquer espécie de sofrimento. Ora, a vida ensina, justamente, que duas criaturas que se amam, sofrem, fatalmente. Não por culpa de um ou de outro; mas em conseqüência do próprio sentimento. É exato que os amores têm seus êxtases deslumbrantes, momentos perfeitos, musicais, etc. etc. Mas eu disse ‘momentos’ e não as 24 horas de cada dia. Quando uma mulher que se apaixona se queixa, eu tenho vontade de fazer-lhe esta pergunta: ‘Não lhe basta amar? Você quer, ainda por cima, ser feliz?.’ Pois o destino, quando concede a graça inefável do amor, subtrai uma série de outras coisas. (...) A intensidade do amor é, por si mesma, trágica."
27 julho 2007
o silêncio jamais constrangera. nunca soube o que os ligara assim tão de imediato, fazendo de cada novo momento uma nova escolha, desafios tão facilmente relevados nas doces entregas do dia a dia que os carregara até lá. expressões de encanto nos olhos, o tom quase sempre baixo da voz, as lentas garfadas nos jantares a dois, as mãos que por vezes taparam os rostos quando, ingênuos e despercebidos, falavam puramente de amor. nas madrugadas, vazios tão rapidamente preenchidos, pois fizera dos dias pura e simples calmaria.
no vácuo do pensamento, no encaixe perfeito, em profundo sentimento, dissera 'eu te amo' como quem fala em cuidar. mãos e joelhos, braços e coxas, pés e pescoços em novas formas de abraçar. solenes os dias, as noites e as madrugadas floridas na cama de amor.
viera o curto tempo, o vento, mais dias, mais noites e tantas outras madrugadas ferventes e frias. se fizera distante. conseguira ver, mas não construira. preenchera o silêncio de vazio, tão vazio fizera este silêncio. não falara de amor, não falara de vida.
no vácuo do pensamento, no encaixe perfeito, em profundo sentimento, dissera 'eu te amo' como quem fala em cuidar. mãos e joelhos, braços e coxas, pés e pescoços em novas formas de abraçar. solenes os dias, as noites e as madrugadas floridas na cama de amor.
viera o curto tempo, o vento, mais dias, mais noites e tantas outras madrugadas ferventes e frias. se fizera distante. conseguira ver, mas não construira. preenchera o silêncio de vazio, tão vazio fizera este silêncio. não falara de amor, não falara de vida.
20 julho 2007
"Somos todos imortais. Teoricamente imortais, claro. Hipocritamente imortais. Porque nunca consideramos a morte como uma possibilidade cotidiana, feito perder a hora no trabalho ou cortar-se fazendo a barba, por exemplo. Na nossa cabeça, a morte não acontece como pode acontecer de eu discar um número telefônico e, ao invés de alguém atender, dar sinal de ocupado. A morte, fantasticamente, deveria ser precedida de certo 'clima', certa 'preparação'. Certa 'grandeza'.
Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo 'eterno') cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe - e da mesma forma dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte - pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) - nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."
Deve ser por isso que fico (ficamos todos, acho) tão abalado quando, sem nenhuma preparação, ela acontece de repente. E então o espanto e o desamparo, a incompreensão também, invadem a suposta ordem inabalável do arrumado (e por isso mesmo 'eterno') cotidiano. A morte de alguém conhecido e/ou amado estupra essa precária arrumação, essa falsa eternidade. A morte e o amor. Porque o amor, como a morte, também existe - e da mesma forma dissimulada. Por trás, inaparente. Mas tão poderoso que, da mesma forma que a morte - pois o amor também é uma espécie de morte (a morte da solidão, a morte do ego trancado, indivisível, furiosa e egoisticamente incomunicável) - nos desarma. O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."
Caio Fernando Abreu
18 julho 2007
_um pouco clarice, um pouco caio, um pouco manu. não no modo de escrever; no de pensar. não é manu, nem clarice, nem caio. é gi, e caiu como uma luva.
enquanto penso, não sei se sinto, fujo sem sair do lugar. aperto e sufoco, solto e não liberto, monitoro. leio sete linhas sem pausas e vírgulas, me acalmo: _ nem tudo está perdido pensei o caminho sem a gente perceber é a parte mais linda da viagem. aquela aflição que bate de vez em quando angústia é mais que parte importante do jogo e é quem abre portas. quando andando com medo da incerteza de tudo pisca os olhos rapidinho pra ver se está mesmo acordada se é assim mesmo tudo em desordem dentro e fora. e é. pisca de novo aí já só pra relaxar as pálpebras que sabem que não tem como fugir do que é real.
enquanto penso, não sei se sinto, fujo sem sair do lugar. aperto e sufoco, solto e não liberto, monitoro. leio sete linhas sem pausas e vírgulas, me acalmo: _ nem tudo está perdido pensei o caminho sem a gente perceber é a parte mais linda da viagem. aquela aflição que bate de vez em quando angústia é mais que parte importante do jogo e é quem abre portas. quando andando com medo da incerteza de tudo pisca os olhos rapidinho pra ver se está mesmo acordada se é assim mesmo tudo em desordem dentro e fora. e é. pisca de novo aí já só pra relaxar as pálpebras que sabem que não tem como fugir do que é real.
17 julho 2007
online_out of line
she says:
sera que ela descobriu que ele só tá com ela por causa da doença da avó?
(...)
she says:
eu não gosto dela. as pessoas tem que saber quando são feias.
(...)
she says:
meu, ela descobriu, certeza!
i say:
*&^%fb&^^)(*&)(&(*JTDTR^&^*$^%$^%
hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha
*&^%(&**^()*JHVYDTR&%*&YH(*&*B&(F
sera que ela descobriu que ele só tá com ela por causa da doença da avó?
(...)
she says:
eu não gosto dela. as pessoas tem que saber quando são feias.
(...)
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meu, ela descobriu, certeza!
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16 julho 2007
New Beginning
Segunda-feira chuvosa e cheia de prosperidade.
Thanks Life for the oportunity ;)
Now don't get me wrong - I love life and living
But when you wake up and look around at everything thats going down
All wrong
You see we need to change it now, this world with too few happy endings
We can resolve to start all over make a new beginning
Start all over . . . . . . . . .
.
.
.
New Beginning - Tracy Chapman
Thanks Life for the oportunity ;)
Now don't get me wrong - I love life and living
But when you wake up and look around at everything thats going down
All wrong
You see we need to change it now, this world with too few happy endings
We can resolve to start all over make a new beginning
Start all over . . . . . . . . .
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New Beginning - Tracy Chapman
13 julho 2007
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