28 março 2007

côncavo ou convexo?


"Sister Piece of When I am Pregnant" e "When I am Pregnant"
Por Anish Kapoor

21 março 2007

Vocês repararam como o céu está especialmente azul desde ontém?

20 março 2007

Do fim de semana:

O que eu adorei em Maria Antonieta foram os ícones modernos para contar uma história de época. Falo desde a tipologia geométrica e rosa-shock do logo e créditos do filme, até a trilha que embala a história: rock contemporâneo inglês que não é paisagem sonora do filme e sim do - e para o - espectador. Figurino e cenários fantásticos, boa direção, mas faltou. O filme é desnecessariamente longo e raso. Não conta, não tem porto de chegada e não comove. Não me comoveu.

Entre o melhor do som estão New Order ("Ceremony" encaixada em "Playsong", bela canção do álbum "Disintegration", do The Cure) e Strokes, "What Ever Happened" e minha grande descoberta : The Windsor for the Derby e a ma-ra-vi-lho-sa "Melody of a Fallen Tree".

Comprar trilhas sonoras muitas vezes pode parecer bobagem, já que o espírito colecionador dos musico-maníacos - como eu - faz com que o álbum não seja novidade, pois já se tem as gravações originais (bem) arquivadas em casa. Mas neste caso a boa seleção assinada por Kevin Shields (responsável também pela trilha de "Encontros & Desencontros") faz valer a atenção desperdiçada. A trilha é mesmo, sem dúvida, melhor que o filme!

Borat é too much for my humor. Faltou muito para que eu soltasse pelo menos uma média risada.

Hoje é dia de Os Infiltrados, aí sim. E que a boa expectativa não me decepcione!

19 março 2007

amora



(ilustração: sara mello)

ela finalmente tinha nascido, mas era estranho observá-la em meus braços e não sentir aquela emoção que sempre sonhei sentir. ela não se parecia comigo, nem com o pai. olhos bonitos, bochecas rosadas, pouco cabelo, orelhas levemente de abano, sorriso maduro. uma independência implícita em seus traços cruelmente entregava: ela não precisava de mim. talvez este fosse o porque da silenciosa dor que me tomava desde o momento em que a vi.
enquanto fazia sua mamadeira, deixei-a no carrinho e ela logo saiu caminhando em outra direção. eu queria que ela precisasse de mim, mas no fundo eu também não precisava dela. senti angustia, mas deixei-a livre e assim, ela se foi.
deitei na cama, pensamento distante, profunda frustração, sono pesado. uma enfermeira entrou no quarto confirmando o engano: "aqui está sua filha". ali estava minha verdadeira filha. logo vi nela muito de mim, da minha familia, do pai. ali estava meu amor. tão rapidamente eu já a amava mais do que tudo em minha vida. ela precisava inteiramente de mim. nós já não podíamos respirar sem ela.