A fotografia nunca se basta, ela é sempre o recorte de um olhar no mundo. Tem vezes que queremos ampliar as bordas da foto, ver mais, para além. Mas também acontece de ser difícil suportar aquela restrita verdade, ver menos, fingir. E, no mais das vezes, um caso ou o outro é sempre a mesma coisa. Sei que cada vez mais, nas inúteis paragens por onde tenho construído a minha vida, acredito em um olhar específico: o olhar poético. De algum modo, a arte nunca se basta, e talvez ela seja uma só.
Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem fatos, a minha história sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho a dizer.
27 março 2006
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