Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem fatos, a minha história sem vida. São as minhas confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho a dizer.
28 outubro 2005
Eu tava esperando estrear Cidade Baixa desde que fui assistir Gaijin, ama-me como sou. É um dos três filmes que estava faltando para completar a minha listinha de filmes do momento. Hoje o fiz. Depois de uma sexta preguiçóóósa, salinha de cinema privê, pipoca e três amigas para compartilhar as cenas quentes e I N T E N S A S com direito a gritinhos e comentários excitantes a la vonté.
Pra começar, o elenco: Lázaro Ramos, Wagner Moura (êêê lá em casa) e Alice Braga. A direção – sensacional - é de Sérgio Machado e o lugar? Salvador. Tudo de bom, meu rei, tudo de bom. Não vou parar pra contar nada, vale mesmo sair correndo para assistir assim que estrear. Mais uma vez, palmas para o cinema brasileiro!
E por falar em Gaijin, este não fica por baixo. O filme retrata a história da imigração japonesa no Brasil, o enredo é maravilhoso, fotografia e trilha sonora incríveis. Marcou porque há tempos não me emocionava tanto com um filme. Pena ter ficado só duas ou três semanas em cartaz, assim como Três vidas e um destino (Head in the clouds), que eu só tô esperando sair na locadora para assistir de novo. ; )
27 outubro 2005
26 outubro 2005
Tem dias que cada degrau parece escorregadio, os passos são dolorosos, a coluna dói e a visão fica embaçada. O banho quente, o sabonete, o xampu não têm cheiro. Olhar no espelho pela manhã, bem ou mal humorada, não diz nada sobre o que está por vir. Quando, demorada, a noite chega, o pensamento gira em torno a uma multidão que, de longe, desagrada. Caminho num círculo que gira, gira e dá no mesmo lugar. Este texto também é assim: gira, gira e volta exatamente para onde começou.
19 outubro 2005
...Keep Walking...
Fantástico o painel gigante da Johnny Walker naquele posto de gasolina - terrííível - da baianada na Faria Lima com a Juscelino. Reparem.
O bando de manés que se infurnava lá deve estar bem frustrado, mas a prefeitura mandou bem de fechar aquela merda. E a Johnny Walker de aproveitar a deixa.
O bando de manés que se infurnava lá deve estar bem frustrado, mas a prefeitura mandou bem de fechar aquela merda. E a Johnny Walker de aproveitar a deixa.
Eu só não sabia dizer por que raios sentia aquilo. Uma crueldade íntima e impiedosa de forma a acelerar o sangue. Taquicardia, suor nas mãos.
O corpo? Parado. Meus olhos não se mexeram, o olhar disse mais.
Dez – arrastados – minutos se passaram; queria, mas não levantei. Tava frio.
Não virei a página. Ao contrário, dobrei-a no meio. Assim ela fica marcada, dá destaque.
O corpo? Parado. Meus olhos não se mexeram, o olhar disse mais.
Dez – arrastados – minutos se passaram; queria, mas não levantei. Tava frio.
Não virei a página. Ao contrário, dobrei-a no meio. Assim ela fica marcada, dá destaque.
14 outubro 2005
**
“O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela um solução. Um vive exclusivo e independente, o outro submisso às contingências do que acontece.”
FERNANDO PESSOA
FERNANDO PESSOA
11 outubro 2005
10 outubro 2005
bela ilhabela
foi um mergulho gelado na praia do jabaquara, fim de tarde, que me fez chegar até aqui.
como se eu tivesse vindo daquele impulso de pura felicidade, nadando borboleta, dando estrela na superpefície da água e parado direto no escritório, bem aqui na minha mesa, ainda ofegante, num misto de cansaço e allegria, desentendimento e emoção e já sem forças para a semana que começa.
finjo que não é comigo.
thanks god ; )
07 outubro 2005
Foward it
ilustração: giulianna ronna
Você é FM, ok?! Um dia sai pra balada, conhece um cara tudo de bom, mas ele é AM. FM é cantoria, AM é pura falação.
Até aí, pouco importa. Ele é inteligentíssimo, descolado, te come com os olhos, tem a pegada, pra quê mais?
O cara te liga, vocês saem para jantar.
Ele: - “Porque a economia, a bolsa de valores, Weber, minha família, Isolée..."
Você cada vez mais derretida...
No dia seguinte, com suas amigas: - “Ele é tudo, o cara mais fantástico que eu já conheci, fascinante...”
Elas: “Mas e aí amiga, ele canta?”.
Você: “Lógico, mas tudo tem seu tempo... Calma, sem pressa.”
O tempo passa, digo, alguns meses passam, os encontros continuam e o AM sempre ligado nas últimas notícias:
- “Porque o reverendo, a crise política, o falso testemunho... Hoje a noite vai gear, sabia?”
Calada, você reza: - ”Canta, cara, canta pra mim! Eu sei que vc canta, vamo lá, sem medo!”.
É quando chove, chove, e não molha, certo? Neste ponto você já nem se abre mais com as amigas.
Elas falam: - “Cai fora antes que seja tarde demais, o cara não canta!”
Você, mais do que nunca, sabe que ele está prestes a cantar. Elas não sabem o que estão falando, elas nem o conhecem!
Mais alguns meses se passam, vocês juntos, mas nem tanto, se é que você me entende. A maldita falação continua.
Dói. Algo começa a doer muito. De verdade. Corrói.
Você tropeça e cai. Surge a terrível - e ainda suspeita - percepção de que ele não vai cantar.
É, amiga, ele não canta. Não quer cantar para você e nunca disse que iria, de onde você tirou isso?
Arrasada, você junta seu trapos, destrói o castelo que você construiu e parte pra outra, baby, são sintonias completamente diferentes.
Mas fique ligada: Existem as rádios Pirata. Elas nunca pegam direito, mas sempre interferem onde não são chamadas. Ou será que você ainda insiste em sintonizá-las?
06 outubro 2005
Troca-troca com Daaaani
"(...) As memórias que cada um tinha, e eram tantas, transpareceram tão nitidamente nos olhos que ela imediatamente entendeu quando ele a tocou no ombro.(...)
- Alguma coisa se perdeu.
- Onde fomos? Onde ficamos?
- Alguma coisa se encontrou.
(...)
- Vou te escrever uma carta e não mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
(...)
- Mas não seria natural.
- Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
- Natural é encontrar. Natural é perder."
CAIO FERNANDO DE ABREU
04 outubro 2005
NÃO!
"Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades..."
BENJAMIN FRANKLIN
BENJAMIN FRANKLIN
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