Ela era feliz adoidada. Seus vestidos floridos, soltos, seu sorriso bonito, louco, seu corpo lindo como poucos, seu desejo excessivo, denso, tesão intenso, ela queria sempre, sempre, amar todos os homens, gostava de homens, gostava de tudo neles, de quase tudo, gosta ainda. Gosta de gostar. Adora se dar, adora se excitar e excitar, e dar.
Com o cara 1, ela foi para cama no primeiro dia. Ele se jogou, ela lhe beijou, ele tirou a camisa, ela tirou seu vestido, ele olhou seu corpo, que lindo, disse, e ela adorou o elogio, tira tudo, ele disse, ela adiou, ficou de calcinha e sutiã, mas mergulhou nele, pegou no seu pau, que lindo, ela disse, como seu pau é lindo, repetiu, examinou, tocou, beijou, chupou, e o cara disse, tira tudo, ela, calma, esfregou-se, amassou, rolou, subiu, tira tudo, calma, chupou, lambeu, apertou, tira, tá, ela tirou, e se comeram, trocaram tudo, totalmente. Mas ele não ligou depois. Nem depois. Nenhum e-mail. Sumiu. Nunca mais ouviu falar dele. Que pena. Era o pau mais bonito da cidade. Que droga! O que fiz de errado dessa vez?
Com o cara 2, ela nem esperou chegar em casa. Agarrou-o já no carro. Pulou nele quando estacionaram. Subiu, beijou-lhe, mordeu seu pescoço, lambeu sua orelha, sentiu ele se excitar, tirou a sua camisa, beijou seus ombros, seu peito, seus braços, suas mãos, suas costas, ele estava duro, ela tirou a calça dele e seu vestido nun gesto único e nem esperou ele dizer, tirou a calcinha e o sutiã. Ele ficou doido de tesão, que corpo, ele disse. Ela nem registrou o elogio, porque já o chupava, esfregava, lambia, massageava, que pau lindo, ela disse, o mais lindo que já vi, muito mais lindo que o outro. Ele perguntou: Que outro? Ela nem deu ouvidos, nem enrolou mais, e treparam ali, no banco do motorista, passaram para o do passageiro, depois para o de trás, de frente, de lado, por trás. Mas ele não ligou no outro dia. Nem no outro. Nem na outra semana. Nem carta, nem e-mail, telegrama. Sumiu. Que merda! O que foi dessa vez?!
Com o cara 3, ela entrou em seu apê. Bebeu, bebeu, foi agarrada, ela disse, não, foi arrastada, ela disse, pára! Ele pediu, pediu, pediu, ela disse, só um beijinho. Ela deu um, mas ele logo veio apalpando, ela disse, aí, não! Ele pediu mais beijos, ela, mais vinho. Mais bêbados. Ela se insinuou, ele queria vê-la nua, ela só mostrou a tatuagem na virilha, ele implorou, vamos para cama, ela chamou um taxi. Nem esperou a confirmação, chamou o elevador, deu um beijo longo, sorriu e se foi. Este ligou no dia seguinte. E no outro. Mandou flores, e-mails e um CD de presente. Liga todos os dias. Como homem é babaca, ela descobriu.
MARCELO RUBENS PAIVA
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